É até fácil definir o significado da palavra, mas é impossível descrever a importância do substantivo que denomina o título desse texto. Pessoalmente falando, consegui a perfeita miscigenação de companheiros que damos o nome de “parentes”.
Meus parentes por parte da minha mãe são pessoas que nasceram no sul do Estado de São Paulo, assim como minha genitora. Eles me fazem recordar a infância, tenho lampejos durante meus dias, das viagens, de um Volkswagen Gol 1.0 cruzando a marginal Tietê, que a propósito era o principal receio de minha mãe quando o tema abordado era passeios. Quantas vezes vi/ouvi minha mãe sussurrando para meu pai – João, para onde vou agora? – a ramificação de cimento e carros, provavelmente é o que mexia e mexe com o psicológico dela enquanto dirigia. Mas voltando, o “Golzinho” até “roncava” quando chegava a Itapetininga, cidade que se distancia três horas da minha cidade natal. Era muito feliz, igual toda criança, caso viajasse para um lugar distante. Mas era bom demais estar em um lugar que a calmaria era predominante e o único som que você ouvia era da televisão ligada, mesclando com o da viola sendo dedilhada com maestria pelo “vovô”. A segunda recordação que tenho é das pessoas que tem um sotaque diferenciado dos demais, achava aquilo demais, tanto que passei minha infância inteira perguntando para a Dona Márcia, qual era o motivo daquelas pessoas falarem tão diferente, porque as palavras tinham um “erre” comprido? Tempo bom demais, “barbaridade”.
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O “dos Santos” do meu sobrenome, vem de parte de país. Uma família humilde, que é composta por muitos integrantes. Sendo honesto, poucos deles finalizaram seus estudos, para ajudar nas finanças da casa. Minha avó, que Deus a tenha, foi genitora de sete filhos e o “vô” foi caminhoneiro, cortou esse estado “grandão” de cabo a rabo, transportando mercadoria e acumulando saudade dos “pequenos”. A imagem que tenho da minha família por parte paterna são as reuniões de final de semana, regada a bebidas alcoólicas, churrasco e simplicidade. Colocar apelidos e rir da desgraça dos outros, era nossa especialidade, juntamente com o “bolão” de apostas do tradicional futebol de domingo. Independentemente das palavras aqui, nada poderá descrever com perfeição os sentimentos. Mas cresci do lado deles e sei que toda humildade me proporcionou lições e ensinamentos que não aprenderia em nenhuma escola ou colégio. Eu só tenho a agradecer a eles, estar perto deles é sinônimo de auto-estima elevada e nada, nada se equivale a essas pessoas, pois não há comparação com o verdadeiro.
Quem é de verdade, sabe quem é de mentira.
Desde já, muito obrigada (a).