- Sabe filha, antes mesmo de você nascer eu sofria com a sua mãe. Hoje em dia, o sofrimento consiste na imposição de ideias, nas escolhas... Enfim, nas discussões familiares. Acho até que fatos desse tipo são absolutamente comuns ou aceitáveis, comparado com antigamente.
- Tipo o que? - disse a filha.
- Convivi 3 anos escolares com sua mãe, vivemos muitos altos e baixos. Inclusive, no último ano ocorreram mais baixos, optei por uma decisão que influenciaria toda a nossa vida... À distância por força maior.
Nunca tinha sofrido tanto, honestamente. Tinha ciência que se tratara de uma decisão correta, mas nem sempre o que é correto é "tranquilo" de ser feito.
- Pai deixa-me ver se entendi! Você largou a mãe no ápice de uma amizade por força maior? Que força maior foi essa que desencadeou tais consequências?
- É difícil explicar, o que posso te dizer é que a felicidade não é plena quando ela não atinge o bem estar do outro. Isso se chama egoismo. Além disso, meu amor, essa época apesar de fria e complicada, foi reveladora para ambas as partes, dividi com sua mãe todos os sentimentos capazes de existir em um relacionamento, como a paz, alegria e a decepção.
- Pai, eu entendi todos os ensinamentos que tentou me passar, mas você deixou incompleta uma parte, pelo menos para mim... Como você entrou na vida da mamãe, novamente?
- Prometi que ficaria longe dela para começar a minha vida, financeiramente falando. Abri mão de anos perto dela, para me formar e realizar-me profissionalmente. Dei minha palavra à sua mãe que após concretizar meu sonho, ( que era concluir o curso de jornalismo ) voltaria para construir uma família e o nosso casamento - Sua filha chorando, pegou a mão do pai, emocionada. - E hoje se você tem educação "referência", é mérito de sua mãe... Ela é uma excepcional mãe, coisa que dizia ela nos tempos de colégio. Sua mãe é tudo para mim, sempre a amei mesmo com a distância e vou além Helena, nada mudará isso, o que é verdadeiro não parece.
24/Nov.
Desde já, obrigado (a).
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